“Internetês” – a linguagem do mundo virtual
Caroline Ferreira Costa
“Que a Internet está cada dia mais presente ao nosso cotidiano, isso todo mundo sabe. Agora, será que estamos a par de como anda a relação de nossos alunos com o mundo cibernético? Como esse casamento está interferindo no processo educacional? Você já parou e observou a linguagem utilizada pelos estudantes? Eles usam e abusam da criatividade e estão criando uma nova maneira de interagir, quebrando todas as regras da nossa Língua. São abreviações, gírias, símbolos que tornam as palavras tão esquisitas que chegam até mesmo a nos confundir! E essa linguagem vai se aperfeiçoando e mudando a cada dia! Quem não estiver conectado ao mundo virtual, vai se deparar com um enigma quando tentar ler alguma coisa.
O “Internetês” é a linguagem utilizada no ambiente virtual e que veio para ficar. Ela surgiu devido à necessidade de agilizar a digitação e é uma forma de escrita informal. E mais: estão surgindo ramificações dessa linguagem a cada dia, em todos os lugares do Brasil.
Por mais que pareça algo insignificante, esse assunto tem aterrorizado os professores de Língua Portuguesa e vem criando um alarde na sociedade educacional. Alguns são totalmente contra essa nova linguagem e acreditam que ela seja um “massacre” à nossa Língua. Há também os que não vêem problemas e até acreditam que esse dialeto seja uma nova forma de escrita, um novo idioma.
Como não podemos esperar até que cheguem a um veredicto final, já está mais do que na hora de fazermos o nosso papel, analisando a problemática e refletindo sobre a influência do “Internetês” no ensino. Somente dessa maneira poderemos instruir da melhor maneira nossos alunos e prepará-los para o “mundo real”.
A grande questão é: Como essa linguagem interfere no processo de aprendizagem? Positiva ou negativamente? É isso que temos que analisar, de acordo com a realidade em que estamos inseridos.
Ela pode ser nociva em alguns momentos e construtiva em outros. Vamos fazer uma rápida análise.
Quando ela se torna nociva?
Quando o aluno perde a noção de quando esse ela pode ser empregada. Numa prova, por exemplo. Mesmo que não seja de Língua Portuguesa, o estudante deve respeitar as normas gramaticais e usar a linguagem formal. Muitas vezes, os professores fazem vistas grossas ou chegam até a não perceber que o aluno utilizou essa abreviação e aceitam. Quando o estudante não consegue discernir a linguagem culta da informal é sinal de que alguma coisa está errada. E aí que começa o nosso problema e que devemos entrar em ação, mostrando a ele quando e onde utilizar a linguagem adequada.
E quando ela pode ser construtiva?
No mundo virtual, o aluno tem a liberdade de fazer o que quiser. Ele mesmo pode criar uma nova maneira de interagir com os outros internautas. E a partir das necessidades que surgem, eles vão refinando e aperfeiçoando essa técnica. Podemos até considerar que o “Internetês” é um novo idioma, com suas próprias regras e variações. É o aluno quem define como usar e o que mudar. Desde que seja no ambiente correto, ela pode estimular ainda mais a criatividade e o raciocínio dos internautas.
Nós, como professores, devemos conhecer os dois lados da moeda. O que é certo ou errado somente o tempo e as conseqüências vão nos dizer. O mais importante é aproveitar o interesse dos alunos e orientá-los enquanto há tempo, afinal, é inevitável que essa linguagem seja utilizada e qualquer tipo de censura será inútil. Portanto, podemos dizer que os alunos podem sim, usar e abusar do “Internetês”, desde que seja no ambiente virtual. Essa nova forma de linguagem pode andar em paralelo com a nossa língua, visto que nossos alunos saibam quando e onde ela pode ser empregada.
É fundamental que os professore procurem se inteirar sobre esse tema, discutindo com a turma e procurando mais informações. Existem várias maneiras de pesquisar sobre essa linguagem, afinal, para que se possa realizar um bom trabalho, é fundamental conhecer o assunto. O importante é não ficar alheio e fazer a sua parte!
Se você está por fora, que tal explorar a Internet em busca de conhecimento? Abaixo estão algumas dicas:
Pesquise sobre o “Internetês” em sites de busca (www.google.com.br; www.altavista.com.br). Você vai encontrar várias discussões sobre o tema, além de matérias bem informativas.
Converse com seus alunos. Essa é uma maneira simples de abordar o tema e saber como ele está se propagando na sua comunidade.
Depois de navegar, comece a participar de fóruns e discussões a cerca desse tema. Certamente você vai conseguir informações bem importantes.
Experimente utilizar o “Internetês” e sair teclando pelo mundo virtual. Assim, poderá avaliar a sua real utilidade.
Troque idéias com seus colegas de profissão. Veja o que eles pensam e debatam sobre o assunto. É uma boa maneira de integrar os professores da escola.
Você ainda não sabe como se escreve em “Internetês”? Então, confira alguns termos bem comuns e que são muito usados no mundo virtual.
Tb = também
Vc = você
Hj = hoje
Naum = não
Neh = né
Blz= beleza
Qdo = quando
Cmg = comigo
O q? = O quê?
Kd vc? = Cadê você?
RISOS
Rs
Kkkkkkkk
HuauhAUhauHauAhu
Heheheheheh
EMOTIONS
:D - risada
:B = mostrando os dentes
B) = óculos de sol
:x = boca fechada
:) = feliz
:( = triste
;) = piscando
:* = beijo
:o) = nariz de palhaço
:T = mascando chicletes
:~~ = lágrimas
S2 = coração
os olhos podem ser representados por :;= B
a boca pode ser representada por () * B x / \ T
JORNAL VIRTUAL PROFISSÃO MESTRE
Profissão Mestre – Ano 5 Nº 32 – 21/08/07